O investimento é de um empresário de Marco de Canaveses, Victor Queirós, accionista da TSE, encerrada desde 2007, que comprou a unidade aquando do processo de liquidação. Está previsto iniciar a produção já em Janeiro, criando 25 a 30 postos de trabalho numa primeira fase.
A nova fábrica, que vai designar-se
Tifitâmega, mantém as secções de
fiação e
tinturaria, e aposta ainda na
cardação, que a TSE não tinha. «Comprei em Junho uma outra fábrica, nos Trinta [Guarda], que tinha cardação e estou neste momento a arranjar e a montar todo o equipamento em Gouveia», revela o empresário, também proprietário de empresas de comercialização de fios. Victor Queirós admite que «o risco é muito grande», numa altura em que fábricas deste sector continuam a encerrar um pouco por todo o país, mas explica que, como está na área comercial, tem «noção daquilo que poderá ter escoamento». A aposta, segundo adianta, será o mercado nacional. No arranque da laboração, a Tifitâmega deverá começar por se dedicar apenas à fiação e cardação, já que falta uma ETAR que permita avançar com a tinturaria. «Se não fosse isso, já teria até aberto a fábrica», garante Victor Queirós, que nos últimos meses tem tentado resolver o problema.
O empresário até adquiriu uma ETAR antiga, localizada nas proximidades, que diz ter cedido entretanto à Águas do Zêzere e Côa. «Como eles planeavam instalar uma para servir Moimenta da Serra, Vinhó e Aldeias, chegámos a um entendimento e vai ser construída para os dois fins, a urbana e a industrial», refere, acrescentando que o acordo deverá passar brevemente para o papel. Até que esta infraestrutura seja uma realidade, há ainda a possibilidade da Tifitâmega recorrer a um camião cisterna disponibilizado pela Câmara de Gouveia, que «fará depois a descarga numa ETAR do concelho», afirma o empresário. «O assunto já foi falado, mas nada está ainda resolvido», indica. Victor Queirós estima já ter investido cerca de 800 mil euros na fábrica, pelo que considera que «é hora de a abrir», estando ainda nos seus planos a aquisição de «mais equipamento, mais moderno». Quanto aos trabalhadores que poderá empregar quando a unidade estiver a funcionar em pleno, o investidor ainda não arrisca números porque «está tudo dependente da economia do país e da procura», justifica.
Aquando do encerramento, a TSE empregava 80 pessoas. As primeiras dificuldades desta firma começaram a fazer-se sentir em Setembro de 2007, quando os funcionários foram enviados para casa de férias, situação que estava apenas prevista para o final desse ano. Os operários acabaram por suspender os contratos de trabalho e, já em 2008, o Tribunal de Gouveia decretou a insolvência da fábrica. A TSE funcionava desde 1999 na antiga Têxtil Lopes da Costa.