segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Empresário do Norte reabre antiga TSE de Gouveia

As instalações da antiga Têxteis da Serra da Estrela (TSE), sucessora da histórica Têxtil Lopes da Costa (TLC), em Moimenta da Serra (Gouveia), deverão acolher no início do próximo ano uma fábrica do mesmo sector.

O investimento é de um empresário de Marco de Canaveses, Victor Queirós, accionista da TSE, encerrada desde 2007, que comprou a unidade aquando do processo de liquidação. Está previsto iniciar a produção já em Janeiro, criando 25 a 30 postos de trabalho numa primeira fase.
A nova fábrica, que vai designar-se Tifitâmega, mantém as secções de fiação e tinturaria, e aposta ainda na cardação, que a TSE não tinha. «Comprei em Junho uma outra fábrica, nos Trinta [Guarda], que tinha cardação e estou neste momento a arranjar e a montar todo o equipamento em Gouveia», revela o empresário, também proprietário de empresas de comercialização de fios. Victor Queirós admite que «o risco é muito grande», numa altura em que fábricas deste sector continuam a encerrar um pouco por todo o país, mas explica que, como está na área comercial, tem «noção daquilo que poderá ter escoamento». A aposta, segundo adianta, será o mercado nacional. No arranque da laboração, a Tifitâmega deverá começar por se dedicar apenas à fiação e cardação, já que falta uma ETAR que permita avançar com a tinturaria. «Se não fosse isso, já teria até aberto a fábrica», garante Victor Queirós, que nos últimos meses tem tentado resolver o problema.
O empresário até adquiriu uma ETAR antiga, localizada nas proximidades, que diz ter cedido entretanto à Águas do Zêzere e Côa. «Como eles planeavam instalar uma para servir Moimenta da Serra, Vinhó e Aldeias, chegámos a um entendimento e vai ser construída para os dois fins, a urbana e a industrial», refere, acrescentando que o acordo deverá passar brevemente para o papel. Até que esta infraestrutura seja uma realidade, há ainda a possibilidade da Tifitâmega recorrer a um camião cisterna disponibilizado pela Câmara de Gouveia, que «fará depois a descarga numa ETAR do concelho», afirma o empresário. «O assunto já foi falado, mas nada está ainda resolvido», indica. Victor Queirós estima já ter investido cerca de 800 mil euros na fábrica, pelo que considera que «é hora de a abrir», estando ainda nos seus planos a aquisição de «mais equipamento, mais moderno». Quanto aos trabalhadores que poderá empregar quando a unidade estiver a funcionar em pleno, o investidor ainda não arrisca números porque «está tudo dependente da economia do país e da procura», justifica.
Aquando do encerramento, a TSE empregava 80 pessoas. As primeiras dificuldades desta firma começaram a fazer-se sentir em Setembro de 2007, quando os funcionários foram enviados para casa de férias, situação que estava apenas prevista para o final desse ano. Os operários acabaram por suspender os contratos de trabalho e, já em 2008, o Tribunal de Gouveia decretou a insolvência da fábrica. A TSE funcionava desde 1999 na antiga Têxtil Lopes da Costa.

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