quinta-feira, 29 de março de 2007

A Flora na Serra da Estrela


A vegetação da Serra da Estrela varia com a altitude, o declive e a exposição geográfica. Grosso modo, reparte-se por três andares altitudinais: basal, intermédio e superior. No andar basal, a vegetação natural era originalmente formada principalmente por bosques, dominados pelo sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Quercus rotundifolia), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o freixo (Fraxinus angustifolia) e, nos vales, ao longo dos rios, galerias de amieiros (Alnus glutinosa) e azereiros (Prunus lusitanica). Devido ao corte, ao fogo e ao pastoreio nos bosques, actualmente encontram-se pequenas áreas de matagal e vastas áreas de matos rasteiros, urzais e giestais. Com origem na actividade humana (pastoreio, fenagem e rega) ocorrem prados semi-naturais, em solos relativamente ricos em nutrientes. O andar intermédio era originalmente dominado por bosques de carvalho-negral (Quercus pyrenaica), azinheira (Quercus rotundifolia), vidoeiro (Betula celtiberica), teixo (Taxus baccata), azevinho (Ilex aquifolium) e freixo-de-folhas-estreitas (Fraxinus angustifolia). Devido principalmente aos incêndios e às actividades agrícolas e silvo-pastoris, actualmente encontram-se urzais e giestais, prados pioneiros e formações de feto-comum (Pteridium aquilinum). No andar superior os zimbrais-rasteiros e caldoneirais formavam a vegetação natural. Os fogos e o pastoreio estival produzem ainda etapas de degradação. Actualmente por entre rochedos, em profundos covões, o solo de turfa acolhe espécies vegetais, próprias das zonas frias, como o cervum (Nardus stricta) que serve de alimento ao gado. As plantas aromáticas e medicinais do PNSE são também de realçar. Destacam-se a argençana-dos-pastores (Gentiana lutea), a tramazeira (Sorbus aucuparia), o hipericão (Hypericum perforatum), o zimbro (Juniperus communis), o marroio (Marrubium vulgare) e o orégão (Origanum virens).

**************************************


Pinheiro-bravo (pinus pinaster)
Espécie florestal muito comum, da família das Pináceas, que pode atingir os 40m, de ritidoma espesso e muito rendilhado, castanho avermelhado, folhas em agulha aos pares e pinha ovóide ou cónica, simétrica na base e semente pequena com asa alongada e persistente.
O pinhal adquire maior extensão e representatividade na zona serrana, embora se encontre um pouco por todo o território, a maior parte das vezes sob a forma de bosquetes de reduzida dimensão.
espesso e muito rendilhado, castanho avermelhado, folhas em agulha aos pares e pinha ovóide ou cónica, simétrica na base e semente pequena com asa alongada e persistente.

Carvalho negral (Quercus pyrenaica)
Árvore de porte médio, por vezes pequeno, de copa irregular e casca do tronco cinzenta muito escura.
Encontra-se no andar intermédio de vegetação da Serra da estrela desde os 600-800 até aos 1600 metros.

Azinheira (Quercus ilex spp rotundifolia)
A azinheira é uma angiospérmica dicotiledónea, também denominada uma folhosa. Pertence à ordem das Fagales, família das Fagáceas, género Quercus, sendo a espécie Quercus ilex e subespécie rotundifolia.
Árvore de porte médio, com uma copa ampla e uma altura média de 15 - 20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura.
O tronco tem uma casca acinzentada ou parda.
As folhas são persistentes, de cor verde-escuras, brilhantes nas faces superiores e com indumento esbranquiçado nas inferiores.
Têm uma forma ovada e lanceolada, com margem inteira ou muito ligeiramente serrada.
O fruto da azinheira é a bolota, que tem uma forma oval, possuindo geralmente pedúnculo.

Antinoria Agrostidea
É um endemismo ibérico e pode ser encontrada por exemplo na Lagoa da Paixão.

Cervum seco (Galio-Nardetum)
Podem ser vistos na Nave de Santo António, no Covão do Boi, no Vale do Conde e no Vale de Loriga, assumindo sempre um aspecto verdejante.

Cervum húmido (Junco-Sphagnetum compacti)
Encontram-se junto de lagoas como a Comprida.

Arrelvados
A degradação dos cervunais devido ao sobrepastoreio favorece a acção da erosão pela água escorrente determinando a abertura de clareiras com uma camada fina de saibro granítico.

Zimbro rasteiro (Juniperus communis)
É a planta de maior expansão aqui, devido à facilidade de propagação das suas bagas. Encontra-se no andar superior de vegetação da Serra da Estrela acima dos 1600 metros. Trata-se de um arbusto amoitado, resistente aos fortes ventos, às temperaturas muito baixas, ao gelo e à neve.
Também chamada junípero, da família das Cupressáceas, espontânea em várias zonas, sobretudo no Norte de Portugal, cujas bagas são usadas em farmácia para vinhos diuréticos e estomacais; junípero.

Teixo (Taxus baccata)
Arbusto ou árvore da família das Taxáceas, cujo fruto é uma baga vermelha muito procurada pelas aves, que assim espalham as sementes; a madeira é compacta, homogénea, acastanhada e de bom polimento.
De referir que esta planta deu origem ao nome da Freguesia do Teixoso.

Urze (Erica)
Nome de diversas plantas da família das Ericáceas, espontâneas em terrenos pobres em cal e com flores de cores diversas.
Nas encostas serranas dominam as urzes: urze vermelha (Erica australis), urze das vassouras (Erica scoparia), torga (Erica umbellata) e urze branca (Erica arborea).

Giesta (Cytisus)
Arbusto da família das Leguminosas, de ramos cilíndricos, poucas folhas e flores amarelas e perfumadas.
O meio arbustivo tem como denominador comum as giestas, sobretudo a giesteira branca (Cystisus multiflores) e a giesta negral (Cystisus striatus). No entanto é possível detectar diferenças significativas na composição e estrutura destas formações. Para além da densidade, altura e presença ou ausência de afloramentos rochosos no seu seio, é possível identificar determinados padrões que se prendem com a presença ou ausência de espécies. Assim as cistáceas predominam nas áreas mais baixas, xistosas ou sedimentares, enquanto as giestas são mais expressivas em granito.

Narcisos (Narcissus bulbocodium)
Com flores brancas, amarelas ou bicolores e fragrâncias diversas, os narcisos são utilizados desde há longos anos, como ornamentos.
Em Portugal Continental ocorrem quase duas dezenas de espécies de narcissus, ficando situadas as que têm maior procura comercial, na zona da Serra da Estrela: a Narcissus Rupicola (estrelinha), Narcissus asturiensis, Narcissus triandus e a Narcissus bulbocodium (campainhas).
Entre 1986 e 1991, a Holanda importou cerca de 3,5 milhões de bolbos de narcisos provenientes de Portugal. Directamente colhidos na natureza, ainda que ocorram em todo o País, é na Serra da Estrela que estas colheitas se verificam com mais incidência.

Fava-de-água (menyanthes trifoliata)
Pode ser encontrada na vegetação flutuante ou marginal das lagoas.

Caldoneira (Echinospartum lusitanicum)
Costuma revestir a base e as fissuras dos rochedos ou monólitos.

Carqueja (Genista Tridentata)
Planta espontânea de pequeno porte, da família das Leguminosas, com folhas rijas e pequenas, usada para acender o fogo de lenha.

Planta carnívora (Drosera Rotundifolia)

Tramazeira (Sorbus aucuparia)
Árvore pequena ou arbusto da família das Rosáceas, de fruto globoso, vermelho, não comestível.

Malmequer (Calendula arvensis)
Nome por que são conhecidas diversas plantas da família das Compostas, cujo capítulo tem as flores centrais amarelas e as marginais brancas ou amareladas como sejam o malmequer-dos-campos (Calendula arvensis) e o malmequer-dos-brejos (Caltha palustris).

Feto
Nome de diversas plantas vivazes que não dão flores, cuja parte aérea se reduz às folhas, geralmente muito recortadas e que podem parecer caules.

Medronheiro
Árvore da família das Ericáceas, que cresce bem no interior das matas de espécies de maior porte, tem bom coberto e madeira muito densa; o seu fruto é o medronho, muito utilizado para fazer aguardente.

Carvalho roble
Árvore de porte médio a grande, de folha caduca, com a casca do tronco lisa e acinzentada (enquanto jovem) e castanha e fendida (posteriormente), com o pedúnculo das glandes bem diferenciado. Pelo seu porte, resistência e duração da madeira, foi sempre considerada como a mais nobre das espécies florestais. Trata-se de uma árvore de folha caduca.

Tojo
Nome vulgar de diversos arbustos espinhosos da família das Leguminosas, com flores amarelas, próprios de lugares quentes e secos.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Encontro de Escolas de Março


Dia 17 de Março



Gouveia (Fundação)



Associação Futebol da Guarda


Os encontros terão a duração de 15 minutos.

domingo, 11 de março de 2007

Parque Natural da Serra da Estrela


O Parque Natural da Serra da Estrela

Criado em 1976, o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) apresenta-se em forma de planalto e estende-se numa superfície de 101060 ha. Distribui-se pelos concelhos de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia. É a mais extensa Área Protegida de Portugal. Parte integrante da Cordilheira Central, que separa o Norte e o Sul de Portugal, este maciço granítico vê nascer os rios Zêzere, Mondego e Alva.O Parque alberga o maior vale glaciar aberto, em ”U”, da Europa e é onde se situa o ponto mais elevado de Portugal Continental, a 1993 m de altitude.

A Estrela apresenta-se como um monolíto visivelmente destacado das terras mais baixas que a rodeiam. As suas vertentes caem abruptamente sobre a Cova da Beira e vale do Mondego.
O rio, no seu curso superior, divide-a em dois ramos: um domina a bacia de Celorico; o outro, morre no promontório em que assenta a Guarda.

A ocidente, o granito passa a xisto, dando lugar aos cimos boleados do Açor. Por toda a parte são visíveis os vestígios da última glaciação: blocos erráticos, covões, moreias, lagoas e vales glaciários como os do Zêzere e do Alforfa.
O sopé da montanha, de influência mediterrânica, é objecto de intenso aproveitamento cultural; o andar intermédio, domínio do carvalho negral, possui manchas de castanho a par de giestais, urgueirais, piornais e sargaçais para além de povoamentos de pinheiro bravo e outras espécies exóticas.
No andar superior surgem os zimbrais, cervunais e arrelevados, bem como comunidades vegetais rupícolas e lacustres. A fauna da Estrela apresenta-se hoje depauperada; entre as espécies presentes deve citar-se a Lagartixa-de-montanha, no seu único habitat no continente português.
O povoamento humano é escasso; apenas Manteigas, os casais de Folgosinho e as Penhas - Douradas e da Saúde - atestam uma presença humana constante; tudo o mais é periférico.
À medida que se ganha altitude, as culturas mais cuidadas cedem o lugar a um ou outro campo de centeio e às pastagens.
Lobos, rebanhos e pastores tal como o surto da indústria têxtil em torno da serra são já história passada.

Clima

Na Serra da Estrela encontram-se dois macroclimas: o Temperado, que actua de norte para sul, e o Mediterrânico, que actua de sudeste para noroeste. A Serra sofre ainda influências marítimas, relativamente ao Atlântico, de oeste para este e, influências continentais de este para oeste.Normalmente, a velocidade do vento e a precipitação aumentam, enquanto a temperatura desce, com o aumento da altitude.A precipitação média anual varia entre os 900 mm e 2500 mm, sensivelmente, consoante a altitude.


Habitats

Dos vinte e sete habitats naturais registados, salienta-se a presença de cinco habitats prioritários: charcos temporários mediterrânicos, charnecas húmidas atlânticas meridionais, formações herbáceas de Nardus, turfeiras de cobertura e florestas aluviais residuais.


Aspectos sócio-culturais

Da ovelha de raça bordaleira nasce o produto nobre da pastorícia, o famoso queijo da Serra da Estrela, cartão de visita que já ultrapassou fronteiras. A sua presença é obrigatória à mesa, acompanhado de broa serrana. O mel da Serra da Estrela, o requeijão e a castanha são igualmente iguarias serranas. A Serra da Estrela é um autêntico mostruário das actividades da lã existentes desde sempre. Os artesãos recebiam a matéria-prima proveniente dos rebanhos de ovelhas que a Serra da Estrela alimentava. A partir do século XVII, com o advento da Revolução Industrial Europeia, foi surgindo uma grande e característica concentração de edifícios fabris. Muito apreciado pelo seu porte e calma, guardador nato de rebanhos e fiel amigo, o cão Serra da Estrela é uma das figuras mais emblemáticas da Serra. A larga coleira de ferro, crivada de puas, que muitos ainda usam, reflecte todo um passado de luta com o lobo.


******************************

Conselhos pertencentes ao Parque Natural da Serra da Estrela
- Área Protegida


Distrito de Castelo Branco

􀁿 Concelho da Covilhã
(Freguesias: Vila do Carvalho*, Cortes do Meio*, Erada*, Sarzedo*, Paul*. Unhais da Serra, Verdelhos*)

Distrito da Guarda

􀁿 Concelho de Celorico da Beira
(Freguesias: Cadafaz, Carrapichana*, Casas de Soeiro*, Cortiçô da Serra*, Lajeosa do Mondego*, Linhares da Beira, Mesquitela*, Prados, Rapa, Ratoeira*, Salgueirais, Santa Maria*(Vila), São Pedro*(Vila), Vale de Azares, Vide-Entre-Vinhas)

􀁿 Concelho de Gouveia
(Freguesias: Aldeias, Figueiró da Serra, Folgosinho, Freixo da Serra, Lagarinhos*, Mangualde da Serra, Melo*, Moimenta da Serra, Nabais*, Paços da Serra, Rio Torto*, S. Julião (Cidade), S. Paio*, S. Pedro (Cidade), Vila Cortês da Serra*, Vinhó)

􀁿 Concelho da Guarda
(Freguesias : Aldeia Viçosa, Cavadoude*, Corujeira, Faia*, Famalicão*, Fernão Joanes*, Maçainhas de Baixo*, Meios, Mizarela, Pero Soares, Porto da Carne*, Trinta, Vale de Estrela*, Vale de Amoreira*, Valhelhas*, Videmonte, Vila Cortês do Mondego*, Vila Soeiro)

􀁿 Concelho de Manteigas
(Freguesias: Sameiro, Santa Maria (Vila), São Pedro (Vila)


􀁿 Concelho de Seia
(Freguesias: Alvoco da Serra, Cabeça, Folhadosa*, Lapa dos Dinheiros, Loriga, Pinhanços*, Sabugueiro, Sandomil, Santa Comba*, Santa Marinha, Santiago*, S. Martinho, S. Romão*, Sazes da Beira, Seia, Teixeira*, Torrozelo*, Valezim, Vide*, Vila Cova à Coelheira)

* - Só parte dentro da Área Protegida

******************************

Limites do Parque Natural

O Parque Natural tem os seguintes limites:


A Norte – partindo de Celorico da Beira, segue pela A25 até encontrar a EN16, vira à direita e segue por esta, excluindo o perímetro urbano da Lajeosa do Mondego, até próximo de Chãos; vira à direita pela estrada municipal até à barragem do Caldeirão e continua, excluindo a albufeira, pela ribeira do Caldeirão até encontrar a EN18-1 em S. Salvador.
A Leste – partindo de S. Salvador, sobe a encosta até encontrar o caminho público e segue por este, passando pelos marcos geodésicos dos Mosqueiros, Lanchal e Serra de Mor, descendo a encosta em direcção à ponte antiga sobre o rio Zêzere; atravessa este e segue por caminho público, continuando pela linha de festo, passando pelos marcos geodésicos da Mata da Atalaia e Rafeiro, descendo a encosta ao encontro da EM501 no Alto de S. Gião; continua pela estrada que vai daqui para a Vila de Carvalho, passando por Cabeço Alto, Tiro da Barra e Portela; contorna a Vila do Carvalho e segue pela meia encosta até Entre-Ribeiras; segue pela estrada florestal, passando pela Rosa Negra, e continua em direcção à EN339 seguindo pela estrada florestal que passa por Pião, Quinta da Valeira, Pedra da Albarda e Pedras Brancas até à EN230 aproximadamente ao quilómetro 160.
A Sul – Segue pela EN230 até ao limite do concelho de Oliveira do Hospital, contornando os perímetros urbanos de Unhais da Serra, Teixeira de Cima, Ribeira de Balocas, Barriosa e Vide.
A Oeste – segue o limite do concelho de Oliveira do Hospital até ao rio Alva, passando pelos marcos geodésicos da Ugeiriça e Aveleira, e continua por este rio, contorna o perímetro urbano de Sandomil até à Central Hidroeléctrica de Vila Cova à Coelheira; sobe pela ribeira das Paradas, contorna o perímetro urbano de S. Romão e segue pelo caminho da Quinta da Salgueira até à EN339; segue pela EM1124 até aos Vales, virando à esquerda pela EM522-3 até às proximidades de S. Martinho e depois pelo caminho e EM522 passando por Santa Marinha, Eirô e Paços da Serra, contornando os perímetros urbanos; continua pela EM522 até Gouveia, contornando os perímetros urbanos de Moimenta da Serra e Gouveia; segue pela EN330 contornando os perímetros urbanos de Nabais e Nabainhos, vira à esquerda pela EM555-1 até à EN17 e continua por esta até Celorico da Beira, contornando os perímetros urbanos de Vila Cortês da Serra, Carrapichana e Cortiçô da Serra.


PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA
Rua 1º de Maio, 2 6260 MANTEIGAS Tel.: 275 98 00 60/1 Fax: 275 98 00 69

terça-feira, 6 de março de 2007

Mapa de Moimenta




Click nas imagens para ampliar.


Mapa fornecido por C P

domingo, 4 de março de 2007

O Exercito Inglês em Moimenta - 1810

Durante a Invasão de Portugal pelos Franceses o Exercito Inglês teve o seu Quartel-General em Moimenta aquando da defesa de Almeida.

Click nas imagens para ler pequenos excertos da correspondência trocada entre as tropas Portuguesas e os seus Aliados Ingleses ou segue o link em baixo onde encontras 680 páginas sobre o mesmo assunto para te entreteres um pouco.

Link ->> Google Books


Páginas 426, 440, 441, 442

quinta-feira, 1 de março de 2007

Breve História da Fundação

O nascimento da Fundação deve-se essencialmente a Francisco Santos, um moimentense, de origens humildes, mas que cursou Belas-Artes e, mais tarde, viria a ser engenheiro e depois arquitecto.
É a esse homem genial que se deve toda esta obra e foi que ele, na sua época, já tinha deixado estatutariamente prevista a criação de uma ‘casa dos pobres de Moimenta da Serra’, que abrangeria também as freguesias circundantes.
Para além de tudo aquilo que ficou estatutariamente previsto, também deixou um espólio riquíssimo composto por cerca de 20 mil livros e todo um conjunto de bens que hoje pertencem à Fundação, com particular incidência nas pinturas dos denominados naturalistas do início do século.
Foi a partir da ideia do arquitecto Francisco Santos que, mais tarde, em 1981, abriu a primeira valência, apesar da instituição e toda a sua formalização serem anteriores a essa data (A Fundação D. Laura Dos Santos existe como instituição desde 1976). No entanto, foi em 1981 que apareceu ao público a Fundação D. Laura dos Santos com a abertura do Lar de Idosos, um dos primeiros do distrito da Guarda, e o primeiro no concelho de Gouveia.
Depois do Lar de Idosos, foi criada a primeira Unidade de acamados do distrito da Guarda, pois dos 52 idosos inicialmente acolhidos, 20 eram acamados e por isso foi criada uma unidade própria.
Em Junho de 1984, numa altura em que o espólio da Fundação estava em Lisboa, António Gomes Nogueira e António Fraga Figueiredo que presidiram à primeira Direcção, conjuntamente com o Padre Pimentel, trouxeram de Lisboa todo esse espólio que, em 1984, viria a fazer com que fosse criado o Museu/Biblioteca.
Em 2001 seria criada a Unidade de Apoio à Infância, da qual fazem parte as valências de ATL, creche e vertente desportiva com piscina coberta aquecida, numa altura em que no concelho de Gouveia havia apenas uma instituição (a ABPG) que tinha acção desenvolvida na área da infância. Em Moimenta da Serra, como nas demais freguesias do concelho, as crianças eram enviadas para Gouveia, e, nessa altura, quer a escola primária quer o jardim-de-infância de Moimenta, estiveram em risco de encerramento.
Com o surgimento da Unidade de Apoio à Infância, foi possível que Moimenta da Serra e as freguesias circundantes passassem a ter acesso a actividades como aprendizagem à natação, futebol, etc. Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social que faz trabalho na área do ensino básico e na aprendizagem da natação, disponibilizando transporte às crianças do conselho.
Em 2007 surge o projecto “Mãos Abertas” em que são inauguradas duas novas valências, o Centro de Acolhimento Temporário que tem como objectivo o de acolher crianças em risco, desde o nascimento até aos doze anos e tem uma capacidade para 20 crianças, e a Comunidade de Inserção que tem uma capacidade para 12 mulheres, podendo alargar-se a vinte, caso haja necessidade de alojamento para os filhos das mesmas. Passa então a ser possível ter ali mães solteiras, ou de outro tipo, o que possibilitará ter as crianças no Centro de Acolhimento, mas ter também, na Comunidade de Inserção, mães e crianças ao mesmo tempo e portanto, existirá uma verdadeira complementaridade entre estas duas valências.

Pelo meio ficou a criação de Sectores de Formação, que aquando do desaparecimento da Têxtil Lopes da Costa, com a saída de dezenas de pessoas, fez com que Moimenta da Serra passasse por um processo muito difícil e aí, a Fundação assumindo um papel de manifesta disponibilidade para receber as pessoas, que na altura estavam a sair da indústria têxtil, pudessem passar então por um processo de conversão nos cursos de formação que foram desenvolvidos para as ajudar, revitalizando-as sob a componente formativa, possibilitando-lhes que procurassem um novo rumo em termos de emprego. Nesse período começou a haver formação externa dentro da instituição, sendo mesmo uma das épocas mais importantes pois foi um período em que foi dado um salto qualitativo reconhecido pelo Instituto Superior de Qualidade.