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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Capela de N. Sra. do Porto


Capela de N. Sra. do Porto

A capela de Nossa Senhora do Porto foi erguida num cabeço que apelidaram com o mesmo nome, junto à estrada de Gouveia - Moimenta e perto do centro da freguesia.
A construção da ermida remonta aos meados do século XVII, como comprova a data de 1641 gravada na frontaria e sob o alpendre, logo após a Restauração de Portugal e subida ao trono do Rei D. João IV, que intensificou o culto à Virgem. A ermida fica também muito perto do local onde, segundo a lenda, apareceu a imagem de Nossa Senhora do Porto. A lenda dá conta do seu aparecimento junto à ponte no lugar denominado “Acessada”, pedindo aos moleiros que viviam na margem esquerda do local da aparição para cultivar um pequeno jardim em honra de Nossa Senhora. No entanto, Gouveia chegou a reivindicar a imagem como sua por ter existido uma capela em honra da mesma santa à entrada de Gouveia, fazendo prova a ainda existente rua com o mesmo nome da santa, que começa junto à capela de Santa Cruz e acaba junto ao local onde estava edificada a dita capela de Nossa Senhora do Porto. A imagem ainda chegou a ser levada para a igreja de Gouveia mas, numa noite de grande intempérie, voltou a aparecer na “Acessada”, acabando por lhe construírem então a capela no monte que se lhe avizinha.
Ao entrarmos na capela deparamo-nos com a imagem de Nossa Senhora do Porto com o seu menino ao colo e, no sopé, a data de 1679. O seu altar, em talha dourada, realça os motivos campestres e a circundá-lo podemos contemplar alguns azulejos do século XVIII. No lado esquerdo, podemos admirar um vitral com a imagem da padroeira.

Fonte 7 maravilhas de Gouveia

domingo, 19 de abril de 2009

Rui Reis satisfeito com a primeira participação da Fundação no Nacional


Rui Reis satisfeito com a primeira participação da Fundação D. Laura dos Santos no Nacional da 2.ª Divisão de Futebol Feminino
“O balanço é extremamente positivo”


Chegou ao fim a primeira participação da Fundação D. Laura dos Santos no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Futebol Feminino.


No ano de estreia do clube moimentense nas competições nacionais, a Fundação chegou aos 1/4 de final da Taça de Portugal, tendo sido eliminada pelo Boavista, equipa que perdeu a Final, frente ao Escola de Molelinhos, na transformação de grandes penalidades. No Campeonato, as moimentenses alcançaram, com alguma facilidade, o seu objectivo, que passava pela manutenção.
No rescaldo desta excelente época desportiva, o NG falou com Reis, Presidente da Direcção da Fundação D. Laura dos Santos, que falou deste ano de viragem no futebol feminino do clube de Moimenta da Serra, deixando também algumas indicações daquilo que poderá vir a ser a próxima época. Com a subida à 1.ª Divisão Nacional no horizonte, a Fundação garantiu já a continuidade do treinador Vítor Quaresma, estando também a envidar esforços para garantir o regresso da ‘Internacional’, Ana Borges.


Notícias de Gouveia (N.G.) - No ano de estreia da Fundação nas competições nacionais de futebol, que balanço faz desta primeira participação?

Rui Reis (R.R.) - O balanço é extremamente positivo. Este é um campeonato sui generis, na medida em que na 2.ª fase é extremamente exaustivo já que as mesmas equipas se defrontam várias vezes, o que de alguma forma, em termos competitivos, não representará a mais-valia de que nos fomos apercebendo ao longo da 1.ª fase.
Globalmente, foi importante o trabalho desenvolvido, sobretudo com as atletas mais jovens do clube. Ao longo dos meses constatámos que o nível competitivo subiu muito mais nos escalões etários mais baixos que compõem a equipa da Fundação e o culminar disso foi a chamada de várias atletas às diferentes selecções nacionais e distritais.

N.G. - A Fundação vinha habituada a dominar o futebol distrital, quer a nível de juniores, quer, depois, a nível de seniores, e este ano teve pela frente equipas com outra valia e com um maior campo de recrutamento de atletas.
Como foi esse contacto com uma nova realidade?

R.R. - Mesmo antes do início do campeonato, acautelámo-nos bem e acautelámos as atletas no sentido de que iríamos ter pela frente equipas que já andam há alguns anos na prática do futebol feminino. Por outro lado, houve também a preocupação de não criar na mente das atletas que teríamos de atingir um objectivo que era inatingível. Isto é, não sonhámos ir para a 1.ª Divisão ao fim do primeiro ano. Pelo contrário, pensámos que era necessário amadurecer a ideia e fazer um campeonato razoável. Durante a primeira fase, as próprias equipas que já andam nisto há alguns anos reconheceram que dificilmente nós poderíamos fazer mais.
É importante lembrar que estamos a falar de uma competição onde há equipas que dispõem de outro campo de recrutamento e de meios que nós não dispomos. Estou a lembrar-me, por exemplo, da Oliveirense, que tem algumas atletas que já estão há seis ou sete anos no clube e que ganham o seu salário.
Portanto, preparámos a equipa e as atletas para essa realidade e para que as coisas viessem a acontecer com serenidade.

N.G. - Desportivamente, o objectivo da manutenção foi conseguido com relativa facilidade, no decurso da segunda fase, enquanto, mentalmente, a ideia de adaptar as atletas a uma nova realidade também foi concretizada. Foi assim?

R.R. - Sim, esses objectivos foram concretizados na plenitude.

Espreitar a subida

N.G. - Para um futuro próximo avizinham-se alterações nos modelos dos campeonatos, incluindo o da própria 2.ª Divisão Nacional, na qual a Fundação está integrada. Qual é o posicionamento do clube face àquilo que já é conhecido a este nível?

R.R. - Aquilo que foi anunciado passa pela criação de uma 1.ª Divisão com 10 equipas, em vez das 6 actuais, mas nós iremos estar na 2.ª Divisão, com uma equipa competitiva.
Tanto quanto sei, avizinham-se algumas novidades, tanto na 1.ª como na 2.ª Divisão, porque haverá clubes que não irão competir no próximo ano. Dou o exemplo do Boavista que, apesar de ser 2.º classificado na 1.ª Divisão, na presente temporada, para o ano não irá entrar no Campeonato Nacional. Nesta fase ainda está tudo muito em discussão e há questões financeiras e económicas que podem inviabilizar a participação de algumas equipas, tanto na 1.ª como na 2.ª Divisão. Garantida é a nossa participação na 2.ª Divisão Nacional.

N.G. - Neste contexto e tendo em conta a experiência já acumulada na época que agora terminou, a perspectiva é espreitar a possibilidade de subida à 1.ª Divisão Nacional?

R.R. - Sabemos que não é fácil alcançar esse objectivo, porque há equipas com muito valor, que têm outros meios e um campo de recrutamento muito maior que o nosso. Estamos no interior do país e no distrito da Guarda e sabemos que, também a este nível, é difícil competir com equipas oriundas de outras zonas do país.
Não quero com isto abandonar a ideia de, na próxima época, perseguir a subida à 1.ª Divisão, porque um dos objectivos da Fundação passa, de facto, por aí.
Estamos a envidar esforços nesse sentido, embora ainda seja um bocadinho prematuro falar sobre tudo isto, porque estamos a conversar com algumas atletas e a preparar a próxima época. Agora, o nosso objectivo primordial é, de facto, tentar - já na próxima época, ou na outra seguinte - subir à 1.ª Divisão Nacional. É essa a nossa meta.

N.G. - Uma contrariedade para a Fundação, comum a outros clubes do concelho, mesmo ao nível do futebol masculino, tem a ver com as instalações. A equipa treina na sua Academia Juvenil (no relvado de Futebol de 7), mas joga no Estádio Municipal de Gouveia. Em termos de futuro, e face até à anunciada construção de um relvado sintético em Gouveia, há alguma perspectiva do actual cenário poder vir a ser alterado?

R.R. - Ao nível da própria estrutura da Fundação não vejo que, nesta fase, possamos passar dessa situação de treinar na nossa Academia Juvenil e jogar no Estádio de Gouveia. Estamos esperançados que se criem outras estruturas no concelho para que também possamos ser integrados nessas estruturas.

Continuidade de Vítor Quaresma assegurada

N.G. - Num outro âmbito, a Fundação assegurou já a continuidade do técnico Vítor Quaresma para a próxima época, dando assim continuidade ao trabalho que o treinador vem realizando há já três anos…

R.R. - Sim. A relação com o Vítor Quaresma é, por um lado, pessoal e, por outro, de grande estima e grande partilha.
O modelo que eu e o Vítor Quaresma delineámos para a Fundação tem atingido os seus objectivos, dentro daquilo que pretendíamos. Procurámos criar uma certa mística clubista dentro da Fundação e é isso que neste momento temos.
Por outro lado, criou-se uma grande cumplicidade entre treinador e atletas e o próprio Vítor Quaresma manifestou a sua satisfação quando foi convidado a continuar no clube.

N.G. - Ao nível do futebol feminino do distrito da Guarda, a Fundação é hoje um clube apetecível para as atletas, mesmo aquelas que iniciam a sua prática desportiva nos clubes da cidade da Guarda mas que depois, quando atingem a idade sénior, têm aqui a grande possibilidade de continuarem a jogar, a um nível superior ao dos incipientes Campeonatos Distritais. A Fundação, que já tem contado com atletas vindas da capital do distrito, certamente que está atenta a essa situação…

R.R. - A Fundação está atenta a essa situação e temos já a nossa atenção centrada num conjunto de quatro atletas que julgamos importantes para os objectivos que perseguimos e que passam pela tal ideia de subir à 1.ª Divisão Nacional.
Uma dessas atletas é a Ana Borges, atleta criada na Fundação e que actualmente representa o Prainza Zaragoza, mas que está desejosa de regressar de Espanha e voltar a jogar na Fundação. A possibilidade do seu regresso é real.
Acho que ela foi imprudente, decidiu o seu futuro em dois dias e depois acabou por manifestar algum descontentamento.
Sobre as outras atletas também temos um conhecimento amplo e pensamos que encaixam nas posições que gostaríamos de ver preenchidas. Uma delas, a Tita, já jogou pela Fundação na última edição do Gouveia Cup e gostaríamos de poder contar com ela, já que se trata de uma atleta internacional que, entretanto, optou pelo Futsal e que joga num clube do distrito de Leiria.

N.G. - A já referida Ana Borges e a Sílvia Rebelo são hoje a expressão mais visível do trabalho realizado pela Fundação D. Laura dos Santos, ao nível do futebol feminino, já que ambas têm representado a Selecção Nacional, primeiro de sub-19 e agora a equipa principal.
Quando há, cerca de cinco anos, a Fundação iniciou a sua aposta no futebol feminino, imaginou que esta situação viesse a ser possível?

R.R. - Não, confesso que não. Foi um proveito que tirámos do bom trabalho realizado quer pelo Joaquim Serambeque, quer pelo Vítor Quaresma, mas confesso que não pensava que isto pudesse vir a acontecer.
Agora, tudo isto e até recentes manifestações públicas a que assistimos devem constituir um alerta para as atletas no sentido de não embandeirarem em arco na forma como actuam. Podem ter sido formas de reconhecimento pelo trabalho feito até aqui, mas representam, essencialmente, uma maior responsabilização das atletas para aquilo que possam vir a fazer no futuro.

N.G. - Duas atletas na Selecção principal, mais três na de Sub-19 (Daniela Alves, Vanessa Filipa e Vera Gonçalves), e outras duas (Tatiana Melão e Diana Sousa) que também já foram internacionais, para além de inúmeras chamadas às selecções distritais. Este é um importante retorno do trabalho que a Fundação vem realizando ao longo dos anos…

R.R. - É, efectivamente, um retorno muito importante e um motivo de grande orgulho, mas também um motivo de grande responsabilidade e uma motivação para que continuemos a realizar o nosso trabalho.

IN http://www.Jornalregional.com

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O Cão Serra da Estrela


CÃO DA SERRA DA ESTRELA

Tem o seu solar na Serra da Estrela desde remotas eras, perdendo-se no tempo a sua variedade origem.
Deve ser, no entanto, uma das raças caninas mais antigas da Península Ibérica.
Encontra-se desde as imediações das faldas da Serra, até às mais elevadas altitudes ( 2000 metros aproximadamente ), sobretudo no Verão em que, desaparecida a neve, as pastagens vicejam nas altas planuras, sendo procuradas pelos gados, visto, nas regiões do sopé, o calor excessivo ter dessecado toda a vegetação pascigosa. Os cães acompanham os rebanhos, como guardiões vigilantes, defendendo-os das feras que tais paragens infestam. Encontram-se, ainda, dispersos por vários pontos do país, sobretudo no Centro, vindos da Serra, quando cachorros ou nascidos já de reprodutores oriundos das regiões serranas.

I – ASPECTO GERAL E APTIDÕES
Cão convexilíneo, molossóide, tipo mastim; inseparável companheiro do pastor e guarda fiel do rebanho que, encarniçadamente, defende contra os lobos e roubadores de gado. Esplêndido guarda de quintas e habitações; de defesa pessoal e até utilizado, com vantagem, como animal de tracção.
Animal rústico, bem entroncado, com viveza de andamentos e imponente de atitudes. Olhar vivo, calmo e expressivo. Respeitável pela sua poderosa agressividade para com os estranhos e de uma docilidade característica junto do pastor.
Bem proporcionado, morfologicamente perfeito, de uma acentuada de conjunto, reveladora de uma pureza étnica radicada pelo tempo.

II – CABEÇA
Forte, volumosa, de maxilas bem desenvolvidas. Pele lisa no crânio e na face. Alongada e ligeiramente convexa; de chanfradura nasal ( stop ) pouco pronunciada, e a uma distância aproximadamente igual da ponta do focinho e do vértice do crânio. Boa inserção. Proporcionada ao corpo, bem como o crânio em relação à face, o que lhe dá, em conjunto, uma acentuada harmonia.
REGIÃO CRÂNIO-FRONTAL – Bem desenvolvida, arredondada e de perfil convexo.
CRISTA OCCIPITAL – Apagada.
ORELHAS – Pequenas, em relação ao conjunto ( 11 cm de comprimento por 10 cm de largura );
delgadas, trianguliformes, arredondadas na ponta; pendentes; de média inserção; inclinadas para trás; caindo lateralmente, encostadas à cabeça e deixando ver, na base, um pouco da face interna.
OLHOS – Horizontais, aflorados, de forma oval; regulares no tamanho, iguais e bem abertos; de expressão inteligente e calma; cor âmbar escuro, de preferência. Pálpebras fechando bem, e de bordos orlados de negro. Sobrolhos um tanto aparentes.
CHANFRO – alongado, estreitando para a ponta, sem afilamento; tende para o rectilíneo, na sua maior extensão, e muito ligeiramente convexo junto ao bico.
VENTAS – Direitas, largas e bem abertas. Sempre mais escuras do que a pelagem e, de preferência, pretas.
BOCA – Bem rasgada, de lábios grandes, pouco espessos, não pendentes e bem sobrepostos. Mucosa bocal e céu da boca intensamente pigmentados de preto, bem como os bordos labiais. Dentes fortes, brancos, bem implantados e adaptando-se bem.

III – TRONCO
PESCOÇO – Direito, curto e grosso; bem saído, bem unido e embarbelado sem demasia.
PEITO – Bem arqueado, sem ser cilíndrico; largo, profundo e bem descido.
LINHA SUPERIOR – Dorso quase horizontal e de preferência curto; rins largos, curtos, bem musculados e bem unidos com a garupa, que é um pouco descida.
LINHA INFERIOR – Abdómen pouco volumoso, proporcionado à corpulência do animal, ligando-se insensivelmente com as regiões confinantes; a linha inferior deve elevar-se, de uma forma gradual, mas suave, do esterno às virilhas.
CAUDA – Inteira, comprida, chegando até à ponta do curvilhão, quando o animal está tranquilo. Grossa, em cimitarra; de média inserção; bem guarnecida de pêlos e franjada nos cães de pêlo comprido, formando gancho na ponta. Porte baixo da horizontal, caindo naturalmente entre as coxas quando parado.
Excitado o animal e em movimento, a cauda ultrapassa a horizontal, encurvando-se para cima, para diante, para o lado e para baixo.

IV – MEMBROS ANTERIORES E POSTERIORES
Bem aprumados, quando colocado o animal em posição conveniente. Antebraços e canelas
aproximando—se da forma cilíndrica. Esqueleto bem constituído, bem musculado e com forte ossatura.
Articulações grossas; ângulos de abertura regular, com grande facilidade de movimentos. Curvilhão um pouco descido, regularmente aberto e de boa direcção, seguindo-se-lhe uma canela vertical.
PÉS – Proporcionados à corpulência do animal. Bem constituídos; nem muito redondos, nem alongados em excesso; intermédios dos pés de gato e de lebre, de forma a evitar o espalmado. Dedos grossos, bem unidos e providos de pêlos abundantes nos espaços inter-digitais e entre os tubérculos plantares. Palmas grossas e duras. Unhas escuras, ou antes pretas e bem saídas.
Podem apresentar presunhos simples ou duplos.

V – PELAGEM
PÊLO – Forte, ligeiramente grosseiro, sem demasiada aspereza, fazendo lembrar, um pouco, o pêlo de cabra; liso ou ligeiramente ondulado e assente em quase todo o corpo; muito abundante, quer se trate da variedade de pêlo curto ou a de pêlo comprido.
Normalmente o pêlo apresenta-se desigual em certas regiões. Nos membros, dos codilhos e curvilhões abaixo, é mais curto e denso, assim como na cabeça; nas orelhas diminui de comprimento da base para a ponta, tornando-se fino e macio, é mais comprido na cauda, que é farta, grossa e franjada na variedade de pêlo comprido, em volta do pescoço e bordo inferior, formando barbela e nas nádegas, que são abundantemente franjadas, bem como a face posterior dos antebraços, sobretudo nos de pêlo comprido.
A pelugem é constituída por pêlos finos, curtos, abundantes e emaranhados na base dos pêlos grosseiros e, de ordinário, mais clara que a pelagem. Encontra-se, principalmente, na variedade de pêlo comprido.
CORES – Pelagens fulva, lobeira e amarela, unicolores ou com malhas brancas.

VI – ALTURA
De 65 a 72 cm para os cães e de 62 a 68 cm para as cadelas.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Bento de Moura Portugal

Bento de Moura Portugal, que na Europa recebeu o cognome de Newton português
O reconhecimento da sua notável competência científica ficou sobejamente expressa ao ter‑se afirmado que depois do grande Newton em Inglaterra, só Bento de Moura em Portugal.
A sua aprendizagem da Filosofia newtoniana foi feita em contacto directo com alguns dos mais notáveis discípulos de Newton, durante a sua estadia em Inglaterra.
O seu regresso a Portugal viria a revelar‑se uma opção trágica que o conduziria a um fim de vida dramático.
Apesar do seu prestígio, Bento de Moura Portugal viveu os últimos anos da sua vida em condições absolutamente dramáticas e desumanas, vítima do despotismo reinante. O drama e o desespero vivido por Bento de Moura levou‑o à tentativa de suicídio, solução extrema para colocar fim às condições humilhantes e degradantes a que foi submetido na prisão.
Teodoro de Almeida pretendeu fazer a justiça de não o deixar cair no esquecimento colectivo e expressou de um modo bem vincado a admiração que tinha pela sua pessoa e pelas suas qualidades ímpares de intelectual notável. Este reconhecimento público passou à posteridade quando descreveu o modelo teórico inovador que concebeu para explicar o fenómeno das marés. Nas Cartas Físico‑Mathematicas, mais propriamente na carta intitulada "Sobre huma máquina para provar a causa das marés", segundo a doutrina do grande Bento de Moura Portugal, ficou bem expressa a homenagem pessoal de Teodoro de Almeida ao seu mérito, bem como uma crítica implícita à conduta despótica e desumana dos responsáveis do seu infortúnio.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Usos, costumes e tradições da Serra da Estrela

São usos, costumes e tradições que, tal como o artesanato, sublinham a genuinidade do mundo rural da Serra da Estrela a começar no fato dos pastores, feito com a lã das ovelhas, em preto ou amarelo torrado, ou em castanho de serrobeco (Pano grosseiro, duradouro, semelhante ao burel, que se fabricava na zona da Covilhã.).

Ao escutar o tilintar dos rebanhos, ou as notas estridentes do pífaro do pastor e o ladrar roufenho do corpulento cão Serra da Estrela quando algum estranho se aproxima.
Ao descer à aldeia sabendo que todas as terras têm, quase sempre no Verão, as festas da sua Padroeira, cuidadosamente preparadas pelos "mordomos". Podem ver-se os andores, as procissões, o foguetório, a banda da música e as delícias festivas: as cavacas, o queijo, as febras de porco à moda da Feira, o presunto e os enchidos.
No S. Martinho, em Novembro, há a tradição de matar o porquinho e provar o vinho.
Quando se celebra o Natal, o Ano Novo e os Reis ouve-se cantar as Janeiras, de porta em porta.
Depois, quando os campos já cheiram a alecrim e rosmaninho, e depois de cantadas as "ladainhas" da Páscoa, os rebanhos descem às aldeias ou à N. Srª de Assedace e dão três voltas à Igreja para afugentar o "mau olhado".

Actividades económicas

O pastoreio, a agricultura de montanha e os têxteis foram as actividades tradicionais mais responsáveis pela transformação da paisagem natural da Serra da Estrela. Aqui, a presença humana é uma constante.
Na Serra da Estrela, hoje em dia, ainda subsistem mais de cem actividades artesanais de entre as quais podemos referenciar a olaria, tecelagem, pintura, trabalhos em madeira, tanoaria, brinquedos, tapeçarias, indumentárias tradicionais, bordados, linhos, cestaria ou artesanato alimentar dos enchidos, do queijo e das doçarias, entre outros. Muitos dos produtos são produzidos pela sua função utilitária e recriados em miniaturas com uma função decorativa.As peças são produzidas por artesãos que trabalham nas suas próprias casas ou em pequenas unidades de produção artesanal, maior parte das vezes de carácter familiar.


A pastorícia
Atendendo ao acidentado do seu relevo e à natureza do coberto vegetal, com especial relevância para os prados de altitude, a Serra da Estrela foi, ao longo dos séculos, a "mais pastoril" dentre as zonas montanhosas de Portugal. Milhares de cabeças de gado ovino e caprino subiam todos os anos das terras baixas, assim libertas para as culturas de verão, para as pastagens situadas nas zonas mais elevadas. Este movimento transumante estival cessou devido às modernas técnicas de exploração mas, dispersos por todo o planalto, encontram-se numerosos vestígios dessa prática ancestral.

Vime e Verga
O vime e a verga são utilizados para a produção, principalmente, de cestas com vários tamanhos e cada vez mais procuradas para uso doméstico quer pela utilidade, pela sua leveza e valor decorativo.

Madeira
Miniaturas de animais, antigas alfaias agrícolas e, ainda nas marcenarias há o trabalho magnífico de restaurar móveis antigos, de gravar e entalhar a madeira.


Para quem gosta e dá valor ao conforto da lã genuína, tosquiada, cardada e fiada na Serra, há as mantas, há os tapetes, há as passadeiras, tecidas em teares manuais, de onde saem texturas e padrões que as máquinas do nosso tempo não conhecem. a habilidade dos alfaiates, descobrem-se os apreciados casacos de pastor e os coletes em tecido e em pele.

Linho
Tal como a lã, o linho também nasce na Serra, cresce em belas maçarocas e é espadeado antes de passar pelo bater forte e compassado dos teares a tecer lençóis e toalhas de mesa que depois ainda são bordados com mais distinção e arte.

Olaria
Os alguidares, os cântaros, as bilhas, os vasos, os pratos e as figuras tradicionais em barro, ou o valor artístico das cerâmicas pintadas à mão.


Latoarias
Nas latoarias contam-se muitas formas de vasilhas e baldes. Artefactos ligados à produção do Queijo da Serra - o ancinho e a ferrada, ou ao uso do azeite. Outra admirável expressão artesanal são as miniaturas de casas, moinhos de água e lagares em xisto e granito.

Tanoaria
A Tanoaria continua a garantir a produção e reparação dos pipos em madeira de carvalho, onde sempre envelheceram os vinhos do Dão - Sub Região da Serra da Estrela, e a renascerem curiosas miniaturas de barris, baldes, selhas e vasos.

A ovelha Bordaleira
Na Estrela desenvolveu-se uma raça de ovinos perfeitamente definida - BORDALEIRA SERRA DA ESTRELA - destacando-se das suas características, consagradas no Livro Genealógico, as variedades preta e branca, os olhos grandes e expressivos e os cornos em ambos os sexos, enrolados em espiral.É a raça nacional de melhor aptidão leiteira, atingindo-se produções superiores a 500 litros de leite por lactação (220 dias/média). É também muito prolífera e fértil, com um período de actividade sexual que se alarga por todo o ano, sendo contudo a cobrição natural durante a Primavera.

O cão da Serra da Estrela
Também esta raça de cães é o resultado de uma tradição artesanal de preservação genética, sendo considerada como uma das raças caninas mais genuínas e antigas de toda a Península Ibérica.O porte altivo, a estatura elevada, o aspecto sólido e o pêlo espesso, curto ou comprido, a oscilar entre o castanho muito escuro, no focinho e nas orelhas, e o castanho quase dourado no dorso, dá-lhe uma excelente aparência.De comportamento dócil em relação ao dono, inteligência nas funções, bravura na luta com animais selvagens, como o lobo, tornou-o guardador nato de rebanhos. A larga coleira de ferro, crivada de puas, que muitos ainda usam, reflecte todo um passado de luta com o lobo.Hoje em dia - este animal, é muito apreciado como cão de guarda por irradiar calma e, simultaneamente, a impor respeito a estranhos.

domingo, 4 de março de 2007

O Exercito Inglês em Moimenta - 1810

Durante a Invasão de Portugal pelos Franceses o Exercito Inglês teve o seu Quartel-General em Moimenta aquando da defesa de Almeida.

Click nas imagens para ler pequenos excertos da correspondência trocada entre as tropas Portuguesas e os seus Aliados Ingleses ou segue o link em baixo onde encontras 680 páginas sobre o mesmo assunto para te entreteres um pouco.

Link ->> Google Books


Páginas 426, 440, 441, 442

quinta-feira, 1 de março de 2007

Breve História da Fundação

O nascimento da Fundação deve-se essencialmente a Francisco Santos, um moimentense, de origens humildes, mas que cursou Belas-Artes e, mais tarde, viria a ser engenheiro e depois arquitecto.
É a esse homem genial que se deve toda esta obra e foi que ele, na sua época, já tinha deixado estatutariamente prevista a criação de uma ‘casa dos pobres de Moimenta da Serra’, que abrangeria também as freguesias circundantes.
Para além de tudo aquilo que ficou estatutariamente previsto, também deixou um espólio riquíssimo composto por cerca de 20 mil livros e todo um conjunto de bens que hoje pertencem à Fundação, com particular incidência nas pinturas dos denominados naturalistas do início do século.
Foi a partir da ideia do arquitecto Francisco Santos que, mais tarde, em 1981, abriu a primeira valência, apesar da instituição e toda a sua formalização serem anteriores a essa data (A Fundação D. Laura Dos Santos existe como instituição desde 1976). No entanto, foi em 1981 que apareceu ao público a Fundação D. Laura dos Santos com a abertura do Lar de Idosos, um dos primeiros do distrito da Guarda, e o primeiro no concelho de Gouveia.
Depois do Lar de Idosos, foi criada a primeira Unidade de acamados do distrito da Guarda, pois dos 52 idosos inicialmente acolhidos, 20 eram acamados e por isso foi criada uma unidade própria.
Em Junho de 1984, numa altura em que o espólio da Fundação estava em Lisboa, António Gomes Nogueira e António Fraga Figueiredo que presidiram à primeira Direcção, conjuntamente com o Padre Pimentel, trouxeram de Lisboa todo esse espólio que, em 1984, viria a fazer com que fosse criado o Museu/Biblioteca.
Em 2001 seria criada a Unidade de Apoio à Infância, da qual fazem parte as valências de ATL, creche e vertente desportiva com piscina coberta aquecida, numa altura em que no concelho de Gouveia havia apenas uma instituição (a ABPG) que tinha acção desenvolvida na área da infância. Em Moimenta da Serra, como nas demais freguesias do concelho, as crianças eram enviadas para Gouveia, e, nessa altura, quer a escola primária quer o jardim-de-infância de Moimenta, estiveram em risco de encerramento.
Com o surgimento da Unidade de Apoio à Infância, foi possível que Moimenta da Serra e as freguesias circundantes passassem a ter acesso a actividades como aprendizagem à natação, futebol, etc. Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social que faz trabalho na área do ensino básico e na aprendizagem da natação, disponibilizando transporte às crianças do conselho.
Em 2007 surge o projecto “Mãos Abertas” em que são inauguradas duas novas valências, o Centro de Acolhimento Temporário que tem como objectivo o de acolher crianças em risco, desde o nascimento até aos doze anos e tem uma capacidade para 20 crianças, e a Comunidade de Inserção que tem uma capacidade para 12 mulheres, podendo alargar-se a vinte, caso haja necessidade de alojamento para os filhos das mesmas. Passa então a ser possível ter ali mães solteiras, ou de outro tipo, o que possibilitará ter as crianças no Centro de Acolhimento, mas ter também, na Comunidade de Inserção, mães e crianças ao mesmo tempo e portanto, existirá uma verdadeira complementaridade entre estas duas valências.

Pelo meio ficou a criação de Sectores de Formação, que aquando do desaparecimento da Têxtil Lopes da Costa, com a saída de dezenas de pessoas, fez com que Moimenta da Serra passasse por um processo muito difícil e aí, a Fundação assumindo um papel de manifesta disponibilidade para receber as pessoas, que na altura estavam a sair da indústria têxtil, pudessem passar então por um processo de conversão nos cursos de formação que foram desenvolvidos para as ajudar, revitalizando-as sob a componente formativa, possibilitando-lhes que procurassem um novo rumo em termos de emprego. Nesse período começou a haver formação externa dentro da instituição, sendo mesmo uma das épocas mais importantes pois foi um período em que foi dado um salto qualitativo reconhecido pelo Instituto Superior de Qualidade.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Filarmónica Moimentense

Conhecida por Filarmónica Moimentense, o seu nome é
Sociedade Recreativa e Musical de Moimenta da Serra.

Fundada a 8 de Dezembro de 1879 por António Augusto Lopes da Costa, empresário local da indústria têxtil, a Sociedade Recreativa Musical de Moimenta da Serra surgiu com o principal objectivo de ocupar os tempos livres dos operários da sua unidade fabril. Desde logo a preocupação deste benemérito foi a de criar a sede da associação, com salão de ensaio e de teatro e sala de instrumentos e fardamento. Além disso, António Lopes da Costa procedeu também à contratação de um regente e concedeu à colectividade um subsídio de funcionamento.
Desde então, nem tudo foram 'rosas'. O percurso da Filarmónica foi algumas vezes interrompido por dificuldades humanas e materiais. Mas conseguiu sempre levantar-se. Prova disso são as inúmeras actuações já levadas a cabo pela banda musical de Moimenta da Serra. Entre as mais importantes destacam-se as actuações em França (La Boiére), em Espanha (Festival Internacional de Folclore), além de Lisboa, Porto, Coimbra, Covilhã e distrito da Guarda.
Actualmente, a Filarmónica realiza uma média de trinta espectáculos por ano, essencialmente nos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro. É composta por quarenta músicos, na sua grande maioria jovens com idade inferior a 25 anos.As principais receitas da colectividade resultam das actuações em festas.Isto, porque a aquisição e manutenção de instrumentos tem custos elevados. Daí a Sociedade ter que depender sempre de subsídios para garantir alguma evolução. Destacam-se aqui os apoios da Delegação Regional da Cultura do Centro, do INATEL, do Instituto Português da Juventude e da Câmara Municipal de Gouveia, assim como alguma ajuda por parte do Governo Civil da Guarda e da Junta de Freguesia de Moimenta da Serra.