domingo, 11 de março de 2007

Parque Natural da Serra da Estrela


O Parque Natural da Serra da Estrela

Criado em 1976, o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) apresenta-se em forma de planalto e estende-se numa superfície de 101060 ha. Distribui-se pelos concelhos de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia. É a mais extensa Área Protegida de Portugal. Parte integrante da Cordilheira Central, que separa o Norte e o Sul de Portugal, este maciço granítico vê nascer os rios Zêzere, Mondego e Alva.O Parque alberga o maior vale glaciar aberto, em ”U”, da Europa e é onde se situa o ponto mais elevado de Portugal Continental, a 1993 m de altitude.

A Estrela apresenta-se como um monolíto visivelmente destacado das terras mais baixas que a rodeiam. As suas vertentes caem abruptamente sobre a Cova da Beira e vale do Mondego.
O rio, no seu curso superior, divide-a em dois ramos: um domina a bacia de Celorico; o outro, morre no promontório em que assenta a Guarda.

A ocidente, o granito passa a xisto, dando lugar aos cimos boleados do Açor. Por toda a parte são visíveis os vestígios da última glaciação: blocos erráticos, covões, moreias, lagoas e vales glaciários como os do Zêzere e do Alforfa.
O sopé da montanha, de influência mediterrânica, é objecto de intenso aproveitamento cultural; o andar intermédio, domínio do carvalho negral, possui manchas de castanho a par de giestais, urgueirais, piornais e sargaçais para além de povoamentos de pinheiro bravo e outras espécies exóticas.
No andar superior surgem os zimbrais, cervunais e arrelevados, bem como comunidades vegetais rupícolas e lacustres. A fauna da Estrela apresenta-se hoje depauperada; entre as espécies presentes deve citar-se a Lagartixa-de-montanha, no seu único habitat no continente português.
O povoamento humano é escasso; apenas Manteigas, os casais de Folgosinho e as Penhas - Douradas e da Saúde - atestam uma presença humana constante; tudo o mais é periférico.
À medida que se ganha altitude, as culturas mais cuidadas cedem o lugar a um ou outro campo de centeio e às pastagens.
Lobos, rebanhos e pastores tal como o surto da indústria têxtil em torno da serra são já história passada.

Clima

Na Serra da Estrela encontram-se dois macroclimas: o Temperado, que actua de norte para sul, e o Mediterrânico, que actua de sudeste para noroeste. A Serra sofre ainda influências marítimas, relativamente ao Atlântico, de oeste para este e, influências continentais de este para oeste.Normalmente, a velocidade do vento e a precipitação aumentam, enquanto a temperatura desce, com o aumento da altitude.A precipitação média anual varia entre os 900 mm e 2500 mm, sensivelmente, consoante a altitude.


Habitats

Dos vinte e sete habitats naturais registados, salienta-se a presença de cinco habitats prioritários: charcos temporários mediterrânicos, charnecas húmidas atlânticas meridionais, formações herbáceas de Nardus, turfeiras de cobertura e florestas aluviais residuais.


Aspectos sócio-culturais

Da ovelha de raça bordaleira nasce o produto nobre da pastorícia, o famoso queijo da Serra da Estrela, cartão de visita que já ultrapassou fronteiras. A sua presença é obrigatória à mesa, acompanhado de broa serrana. O mel da Serra da Estrela, o requeijão e a castanha são igualmente iguarias serranas. A Serra da Estrela é um autêntico mostruário das actividades da lã existentes desde sempre. Os artesãos recebiam a matéria-prima proveniente dos rebanhos de ovelhas que a Serra da Estrela alimentava. A partir do século XVII, com o advento da Revolução Industrial Europeia, foi surgindo uma grande e característica concentração de edifícios fabris. Muito apreciado pelo seu porte e calma, guardador nato de rebanhos e fiel amigo, o cão Serra da Estrela é uma das figuras mais emblemáticas da Serra. A larga coleira de ferro, crivada de puas, que muitos ainda usam, reflecte todo um passado de luta com o lobo.


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Conselhos pertencentes ao Parque Natural da Serra da Estrela
- Área Protegida


Distrito de Castelo Branco

􀁿 Concelho da Covilhã
(Freguesias: Vila do Carvalho*, Cortes do Meio*, Erada*, Sarzedo*, Paul*. Unhais da Serra, Verdelhos*)

Distrito da Guarda

􀁿 Concelho de Celorico da Beira
(Freguesias: Cadafaz, Carrapichana*, Casas de Soeiro*, Cortiçô da Serra*, Lajeosa do Mondego*, Linhares da Beira, Mesquitela*, Prados, Rapa, Ratoeira*, Salgueirais, Santa Maria*(Vila), São Pedro*(Vila), Vale de Azares, Vide-Entre-Vinhas)

􀁿 Concelho de Gouveia
(Freguesias: Aldeias, Figueiró da Serra, Folgosinho, Freixo da Serra, Lagarinhos*, Mangualde da Serra, Melo*, Moimenta da Serra, Nabais*, Paços da Serra, Rio Torto*, S. Julião (Cidade), S. Paio*, S. Pedro (Cidade), Vila Cortês da Serra*, Vinhó)

􀁿 Concelho da Guarda
(Freguesias : Aldeia Viçosa, Cavadoude*, Corujeira, Faia*, Famalicão*, Fernão Joanes*, Maçainhas de Baixo*, Meios, Mizarela, Pero Soares, Porto da Carne*, Trinta, Vale de Estrela*, Vale de Amoreira*, Valhelhas*, Videmonte, Vila Cortês do Mondego*, Vila Soeiro)

􀁿 Concelho de Manteigas
(Freguesias: Sameiro, Santa Maria (Vila), São Pedro (Vila)


􀁿 Concelho de Seia
(Freguesias: Alvoco da Serra, Cabeça, Folhadosa*, Lapa dos Dinheiros, Loriga, Pinhanços*, Sabugueiro, Sandomil, Santa Comba*, Santa Marinha, Santiago*, S. Martinho, S. Romão*, Sazes da Beira, Seia, Teixeira*, Torrozelo*, Valezim, Vide*, Vila Cova à Coelheira)

* - Só parte dentro da Área Protegida

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Limites do Parque Natural

O Parque Natural tem os seguintes limites:


A Norte – partindo de Celorico da Beira, segue pela A25 até encontrar a EN16, vira à direita e segue por esta, excluindo o perímetro urbano da Lajeosa do Mondego, até próximo de Chãos; vira à direita pela estrada municipal até à barragem do Caldeirão e continua, excluindo a albufeira, pela ribeira do Caldeirão até encontrar a EN18-1 em S. Salvador.
A Leste – partindo de S. Salvador, sobe a encosta até encontrar o caminho público e segue por este, passando pelos marcos geodésicos dos Mosqueiros, Lanchal e Serra de Mor, descendo a encosta em direcção à ponte antiga sobre o rio Zêzere; atravessa este e segue por caminho público, continuando pela linha de festo, passando pelos marcos geodésicos da Mata da Atalaia e Rafeiro, descendo a encosta ao encontro da EM501 no Alto de S. Gião; continua pela estrada que vai daqui para a Vila de Carvalho, passando por Cabeço Alto, Tiro da Barra e Portela; contorna a Vila do Carvalho e segue pela meia encosta até Entre-Ribeiras; segue pela estrada florestal, passando pela Rosa Negra, e continua em direcção à EN339 seguindo pela estrada florestal que passa por Pião, Quinta da Valeira, Pedra da Albarda e Pedras Brancas até à EN230 aproximadamente ao quilómetro 160.
A Sul – Segue pela EN230 até ao limite do concelho de Oliveira do Hospital, contornando os perímetros urbanos de Unhais da Serra, Teixeira de Cima, Ribeira de Balocas, Barriosa e Vide.
A Oeste – segue o limite do concelho de Oliveira do Hospital até ao rio Alva, passando pelos marcos geodésicos da Ugeiriça e Aveleira, e continua por este rio, contorna o perímetro urbano de Sandomil até à Central Hidroeléctrica de Vila Cova à Coelheira; sobe pela ribeira das Paradas, contorna o perímetro urbano de S. Romão e segue pelo caminho da Quinta da Salgueira até à EN339; segue pela EM1124 até aos Vales, virando à esquerda pela EM522-3 até às proximidades de S. Martinho e depois pelo caminho e EM522 passando por Santa Marinha, Eirô e Paços da Serra, contornando os perímetros urbanos; continua pela EM522 até Gouveia, contornando os perímetros urbanos de Moimenta da Serra e Gouveia; segue pela EN330 contornando os perímetros urbanos de Nabais e Nabainhos, vira à esquerda pela EM555-1 até à EN17 e continua por esta até Celorico da Beira, contornando os perímetros urbanos de Vila Cortês da Serra, Carrapichana e Cortiçô da Serra.


PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA
Rua 1º de Maio, 2 6260 MANTEIGAS Tel.: 275 98 00 60/1 Fax: 275 98 00 69