sexta-feira, 20 de abril de 2007

Usos, costumes e tradições da Serra da Estrela

São usos, costumes e tradições que, tal como o artesanato, sublinham a genuinidade do mundo rural da Serra da Estrela a começar no fato dos pastores, feito com a lã das ovelhas, em preto ou amarelo torrado, ou em castanho de serrobeco (Pano grosseiro, duradouro, semelhante ao burel, que se fabricava na zona da Covilhã.).

Ao escutar o tilintar dos rebanhos, ou as notas estridentes do pífaro do pastor e o ladrar roufenho do corpulento cão Serra da Estrela quando algum estranho se aproxima.
Ao descer à aldeia sabendo que todas as terras têm, quase sempre no Verão, as festas da sua Padroeira, cuidadosamente preparadas pelos "mordomos". Podem ver-se os andores, as procissões, o foguetório, a banda da música e as delícias festivas: as cavacas, o queijo, as febras de porco à moda da Feira, o presunto e os enchidos.
No S. Martinho, em Novembro, há a tradição de matar o porquinho e provar o vinho.
Quando se celebra o Natal, o Ano Novo e os Reis ouve-se cantar as Janeiras, de porta em porta.
Depois, quando os campos já cheiram a alecrim e rosmaninho, e depois de cantadas as "ladainhas" da Páscoa, os rebanhos descem às aldeias ou à N. Srª de Assedace e dão três voltas à Igreja para afugentar o "mau olhado".

Actividades económicas

O pastoreio, a agricultura de montanha e os têxteis foram as actividades tradicionais mais responsáveis pela transformação da paisagem natural da Serra da Estrela. Aqui, a presença humana é uma constante.
Na Serra da Estrela, hoje em dia, ainda subsistem mais de cem actividades artesanais de entre as quais podemos referenciar a olaria, tecelagem, pintura, trabalhos em madeira, tanoaria, brinquedos, tapeçarias, indumentárias tradicionais, bordados, linhos, cestaria ou artesanato alimentar dos enchidos, do queijo e das doçarias, entre outros. Muitos dos produtos são produzidos pela sua função utilitária e recriados em miniaturas com uma função decorativa.As peças são produzidas por artesãos que trabalham nas suas próprias casas ou em pequenas unidades de produção artesanal, maior parte das vezes de carácter familiar.


A pastorícia
Atendendo ao acidentado do seu relevo e à natureza do coberto vegetal, com especial relevância para os prados de altitude, a Serra da Estrela foi, ao longo dos séculos, a "mais pastoril" dentre as zonas montanhosas de Portugal. Milhares de cabeças de gado ovino e caprino subiam todos os anos das terras baixas, assim libertas para as culturas de verão, para as pastagens situadas nas zonas mais elevadas. Este movimento transumante estival cessou devido às modernas técnicas de exploração mas, dispersos por todo o planalto, encontram-se numerosos vestígios dessa prática ancestral.

Vime e Verga
O vime e a verga são utilizados para a produção, principalmente, de cestas com vários tamanhos e cada vez mais procuradas para uso doméstico quer pela utilidade, pela sua leveza e valor decorativo.

Madeira
Miniaturas de animais, antigas alfaias agrícolas e, ainda nas marcenarias há o trabalho magnífico de restaurar móveis antigos, de gravar e entalhar a madeira.


Para quem gosta e dá valor ao conforto da lã genuína, tosquiada, cardada e fiada na Serra, há as mantas, há os tapetes, há as passadeiras, tecidas em teares manuais, de onde saem texturas e padrões que as máquinas do nosso tempo não conhecem. a habilidade dos alfaiates, descobrem-se os apreciados casacos de pastor e os coletes em tecido e em pele.

Linho
Tal como a lã, o linho também nasce na Serra, cresce em belas maçarocas e é espadeado antes de passar pelo bater forte e compassado dos teares a tecer lençóis e toalhas de mesa que depois ainda são bordados com mais distinção e arte.

Olaria
Os alguidares, os cântaros, as bilhas, os vasos, os pratos e as figuras tradicionais em barro, ou o valor artístico das cerâmicas pintadas à mão.


Latoarias
Nas latoarias contam-se muitas formas de vasilhas e baldes. Artefactos ligados à produção do Queijo da Serra - o ancinho e a ferrada, ou ao uso do azeite. Outra admirável expressão artesanal são as miniaturas de casas, moinhos de água e lagares em xisto e granito.

Tanoaria
A Tanoaria continua a garantir a produção e reparação dos pipos em madeira de carvalho, onde sempre envelheceram os vinhos do Dão - Sub Região da Serra da Estrela, e a renascerem curiosas miniaturas de barris, baldes, selhas e vasos.

A ovelha Bordaleira
Na Estrela desenvolveu-se uma raça de ovinos perfeitamente definida - BORDALEIRA SERRA DA ESTRELA - destacando-se das suas características, consagradas no Livro Genealógico, as variedades preta e branca, os olhos grandes e expressivos e os cornos em ambos os sexos, enrolados em espiral.É a raça nacional de melhor aptidão leiteira, atingindo-se produções superiores a 500 litros de leite por lactação (220 dias/média). É também muito prolífera e fértil, com um período de actividade sexual que se alarga por todo o ano, sendo contudo a cobrição natural durante a Primavera.

O cão da Serra da Estrela
Também esta raça de cães é o resultado de uma tradição artesanal de preservação genética, sendo considerada como uma das raças caninas mais genuínas e antigas de toda a Península Ibérica.O porte altivo, a estatura elevada, o aspecto sólido e o pêlo espesso, curto ou comprido, a oscilar entre o castanho muito escuro, no focinho e nas orelhas, e o castanho quase dourado no dorso, dá-lhe uma excelente aparência.De comportamento dócil em relação ao dono, inteligência nas funções, bravura na luta com animais selvagens, como o lobo, tornou-o guardador nato de rebanhos. A larga coleira de ferro, crivada de puas, que muitos ainda usam, reflecte todo um passado de luta com o lobo.Hoje em dia - este animal, é muito apreciado como cão de guarda por irradiar calma e, simultaneamente, a impor respeito a estranhos.

2 comentários:

Anónimo disse...

a serio????


ho, ke bonito...

(horrivel)

ola tudo bem???

comigo nao te vou dizer

Anónimo disse...

As informaçoes estao bastante explicitas e a pesquisa está otima