domingo, 19 de abril de 2009

Rui Reis satisfeito com a primeira participação da Fundação no Nacional


Rui Reis satisfeito com a primeira participação da Fundação D. Laura dos Santos no Nacional da 2.ª Divisão de Futebol Feminino
“O balanço é extremamente positivo”


Chegou ao fim a primeira participação da Fundação D. Laura dos Santos no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Futebol Feminino.


No ano de estreia do clube moimentense nas competições nacionais, a Fundação chegou aos 1/4 de final da Taça de Portugal, tendo sido eliminada pelo Boavista, equipa que perdeu a Final, frente ao Escola de Molelinhos, na transformação de grandes penalidades. No Campeonato, as moimentenses alcançaram, com alguma facilidade, o seu objectivo, que passava pela manutenção.
No rescaldo desta excelente época desportiva, o NG falou com Reis, Presidente da Direcção da Fundação D. Laura dos Santos, que falou deste ano de viragem no futebol feminino do clube de Moimenta da Serra, deixando também algumas indicações daquilo que poderá vir a ser a próxima época. Com a subida à 1.ª Divisão Nacional no horizonte, a Fundação garantiu já a continuidade do treinador Vítor Quaresma, estando também a envidar esforços para garantir o regresso da ‘Internacional’, Ana Borges.


Notícias de Gouveia (N.G.) - No ano de estreia da Fundação nas competições nacionais de futebol, que balanço faz desta primeira participação?

Rui Reis (R.R.) - O balanço é extremamente positivo. Este é um campeonato sui generis, na medida em que na 2.ª fase é extremamente exaustivo já que as mesmas equipas se defrontam várias vezes, o que de alguma forma, em termos competitivos, não representará a mais-valia de que nos fomos apercebendo ao longo da 1.ª fase.
Globalmente, foi importante o trabalho desenvolvido, sobretudo com as atletas mais jovens do clube. Ao longo dos meses constatámos que o nível competitivo subiu muito mais nos escalões etários mais baixos que compõem a equipa da Fundação e o culminar disso foi a chamada de várias atletas às diferentes selecções nacionais e distritais.

N.G. - A Fundação vinha habituada a dominar o futebol distrital, quer a nível de juniores, quer, depois, a nível de seniores, e este ano teve pela frente equipas com outra valia e com um maior campo de recrutamento de atletas.
Como foi esse contacto com uma nova realidade?

R.R. - Mesmo antes do início do campeonato, acautelámo-nos bem e acautelámos as atletas no sentido de que iríamos ter pela frente equipas que já andam há alguns anos na prática do futebol feminino. Por outro lado, houve também a preocupação de não criar na mente das atletas que teríamos de atingir um objectivo que era inatingível. Isto é, não sonhámos ir para a 1.ª Divisão ao fim do primeiro ano. Pelo contrário, pensámos que era necessário amadurecer a ideia e fazer um campeonato razoável. Durante a primeira fase, as próprias equipas que já andam nisto há alguns anos reconheceram que dificilmente nós poderíamos fazer mais.
É importante lembrar que estamos a falar de uma competição onde há equipas que dispõem de outro campo de recrutamento e de meios que nós não dispomos. Estou a lembrar-me, por exemplo, da Oliveirense, que tem algumas atletas que já estão há seis ou sete anos no clube e que ganham o seu salário.
Portanto, preparámos a equipa e as atletas para essa realidade e para que as coisas viessem a acontecer com serenidade.

N.G. - Desportivamente, o objectivo da manutenção foi conseguido com relativa facilidade, no decurso da segunda fase, enquanto, mentalmente, a ideia de adaptar as atletas a uma nova realidade também foi concretizada. Foi assim?

R.R. - Sim, esses objectivos foram concretizados na plenitude.

Espreitar a subida

N.G. - Para um futuro próximo avizinham-se alterações nos modelos dos campeonatos, incluindo o da própria 2.ª Divisão Nacional, na qual a Fundação está integrada. Qual é o posicionamento do clube face àquilo que já é conhecido a este nível?

R.R. - Aquilo que foi anunciado passa pela criação de uma 1.ª Divisão com 10 equipas, em vez das 6 actuais, mas nós iremos estar na 2.ª Divisão, com uma equipa competitiva.
Tanto quanto sei, avizinham-se algumas novidades, tanto na 1.ª como na 2.ª Divisão, porque haverá clubes que não irão competir no próximo ano. Dou o exemplo do Boavista que, apesar de ser 2.º classificado na 1.ª Divisão, na presente temporada, para o ano não irá entrar no Campeonato Nacional. Nesta fase ainda está tudo muito em discussão e há questões financeiras e económicas que podem inviabilizar a participação de algumas equipas, tanto na 1.ª como na 2.ª Divisão. Garantida é a nossa participação na 2.ª Divisão Nacional.

N.G. - Neste contexto e tendo em conta a experiência já acumulada na época que agora terminou, a perspectiva é espreitar a possibilidade de subida à 1.ª Divisão Nacional?

R.R. - Sabemos que não é fácil alcançar esse objectivo, porque há equipas com muito valor, que têm outros meios e um campo de recrutamento muito maior que o nosso. Estamos no interior do país e no distrito da Guarda e sabemos que, também a este nível, é difícil competir com equipas oriundas de outras zonas do país.
Não quero com isto abandonar a ideia de, na próxima época, perseguir a subida à 1.ª Divisão, porque um dos objectivos da Fundação passa, de facto, por aí.
Estamos a envidar esforços nesse sentido, embora ainda seja um bocadinho prematuro falar sobre tudo isto, porque estamos a conversar com algumas atletas e a preparar a próxima época. Agora, o nosso objectivo primordial é, de facto, tentar - já na próxima época, ou na outra seguinte - subir à 1.ª Divisão Nacional. É essa a nossa meta.

N.G. - Uma contrariedade para a Fundação, comum a outros clubes do concelho, mesmo ao nível do futebol masculino, tem a ver com as instalações. A equipa treina na sua Academia Juvenil (no relvado de Futebol de 7), mas joga no Estádio Municipal de Gouveia. Em termos de futuro, e face até à anunciada construção de um relvado sintético em Gouveia, há alguma perspectiva do actual cenário poder vir a ser alterado?

R.R. - Ao nível da própria estrutura da Fundação não vejo que, nesta fase, possamos passar dessa situação de treinar na nossa Academia Juvenil e jogar no Estádio de Gouveia. Estamos esperançados que se criem outras estruturas no concelho para que também possamos ser integrados nessas estruturas.

Continuidade de Vítor Quaresma assegurada

N.G. - Num outro âmbito, a Fundação assegurou já a continuidade do técnico Vítor Quaresma para a próxima época, dando assim continuidade ao trabalho que o treinador vem realizando há já três anos…

R.R. - Sim. A relação com o Vítor Quaresma é, por um lado, pessoal e, por outro, de grande estima e grande partilha.
O modelo que eu e o Vítor Quaresma delineámos para a Fundação tem atingido os seus objectivos, dentro daquilo que pretendíamos. Procurámos criar uma certa mística clubista dentro da Fundação e é isso que neste momento temos.
Por outro lado, criou-se uma grande cumplicidade entre treinador e atletas e o próprio Vítor Quaresma manifestou a sua satisfação quando foi convidado a continuar no clube.

N.G. - Ao nível do futebol feminino do distrito da Guarda, a Fundação é hoje um clube apetecível para as atletas, mesmo aquelas que iniciam a sua prática desportiva nos clubes da cidade da Guarda mas que depois, quando atingem a idade sénior, têm aqui a grande possibilidade de continuarem a jogar, a um nível superior ao dos incipientes Campeonatos Distritais. A Fundação, que já tem contado com atletas vindas da capital do distrito, certamente que está atenta a essa situação…

R.R. - A Fundação está atenta a essa situação e temos já a nossa atenção centrada num conjunto de quatro atletas que julgamos importantes para os objectivos que perseguimos e que passam pela tal ideia de subir à 1.ª Divisão Nacional.
Uma dessas atletas é a Ana Borges, atleta criada na Fundação e que actualmente representa o Prainza Zaragoza, mas que está desejosa de regressar de Espanha e voltar a jogar na Fundação. A possibilidade do seu regresso é real.
Acho que ela foi imprudente, decidiu o seu futuro em dois dias e depois acabou por manifestar algum descontentamento.
Sobre as outras atletas também temos um conhecimento amplo e pensamos que encaixam nas posições que gostaríamos de ver preenchidas. Uma delas, a Tita, já jogou pela Fundação na última edição do Gouveia Cup e gostaríamos de poder contar com ela, já que se trata de uma atleta internacional que, entretanto, optou pelo Futsal e que joga num clube do distrito de Leiria.

N.G. - A já referida Ana Borges e a Sílvia Rebelo são hoje a expressão mais visível do trabalho realizado pela Fundação D. Laura dos Santos, ao nível do futebol feminino, já que ambas têm representado a Selecção Nacional, primeiro de sub-19 e agora a equipa principal.
Quando há, cerca de cinco anos, a Fundação iniciou a sua aposta no futebol feminino, imaginou que esta situação viesse a ser possível?

R.R. - Não, confesso que não. Foi um proveito que tirámos do bom trabalho realizado quer pelo Joaquim Serambeque, quer pelo Vítor Quaresma, mas confesso que não pensava que isto pudesse vir a acontecer.
Agora, tudo isto e até recentes manifestações públicas a que assistimos devem constituir um alerta para as atletas no sentido de não embandeirarem em arco na forma como actuam. Podem ter sido formas de reconhecimento pelo trabalho feito até aqui, mas representam, essencialmente, uma maior responsabilização das atletas para aquilo que possam vir a fazer no futuro.

N.G. - Duas atletas na Selecção principal, mais três na de Sub-19 (Daniela Alves, Vanessa Filipa e Vera Gonçalves), e outras duas (Tatiana Melão e Diana Sousa) que também já foram internacionais, para além de inúmeras chamadas às selecções distritais. Este é um importante retorno do trabalho que a Fundação vem realizando ao longo dos anos…

R.R. - É, efectivamente, um retorno muito importante e um motivo de grande orgulho, mas também um motivo de grande responsabilidade e uma motivação para que continuemos a realizar o nosso trabalho.

IN http://www.Jornalregional.com

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta entrevista...sem comentários.
Quem a postou?
"envidar esforços","trabalho", "reconhecimento"...são palavras/expressões que penso não se aplicarem à situação presente.
Vamos Exmo. Sr. Dr. Rui! Continue o seu "bom trabalho"!(notaram a "piada"?)